S. fascinado a ver “A Marcha dos Pinguins”. Não descola os olhos do ecrã. Sorri quando sente empatia (digo eu) franze o sobrolho quando estranha alguma coisa (deduzo também). Nos intervalos, mantém a boca aberta, doce pasmo.
O filme, para quem não sabe ou não viu, é narrado (ou melhor “acted”) em francês. Há uma voz masculina, que faz de pinguim-pai. Uma voz feminina que faz de pinguim-mãe. As duas muito amorosas e líricas. Felizmente os pinguins não abrem a boca, como naqueles filmes irritantes do “tempo em que os animais falavam”. Os pinguins não abrem a boca, mas nós ouvimos o que dizem, como se fossem pensamentos em voz alta (baixa) ou sonhos falados.
Depois da amorosa dança, a mãe põe o ovo, deixa-o com o pai e vai à vida: parte em direcção ao mar para se alimentar. E passado dois meses regressa, para reencontrar o seu broto.
O “excitamento” de S. acompanha o crescendo saudoso da mãe pinguim ao regressar a casa. Finalmente, a casca abre-se e sai o pequeno pinguim. Que pia, é lógico, mas não fala.
Aí, S. inquieta-se: “Mãe, os pinguins bebés também vão falar francês?”
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