Estava à procura do post certo para entrar bem em 2014 e acho que o encontrei.
Chama-se Julie Richoz e é uma jovem (muito jovem, nasceu em 1990) designer francesa que estudou na ECAL. Em 2012, foi a vencedora do prémio Design Parade 7 , Villa Noailles e suspeitamos que o júri, presidido por François Azambourg, não tenha pestanejado na hora de lhe atribuir a distinção. É espantosa a maturidade da jovensíssima Richoz, como espantoso é o seu design descomplicado, minimal, lúdico e luminoso.
É impossível não desejarmos tocar a luz, e as suas sobreposições coloridas, nestas jarras de vidro (vase coque e vase oreille) que desenvolveu numa colaboração com os artesãos do CIRVA (Centre International de Recherche sur le Verre et les Arts Plastiques). Como é impossível não nos deleitarmos com a inteligência, a elegância e o engenho dos objectos de escritório que realizou para um projecto ECAL/Alessi, que não passou despercebido em Milão 2011, e do qual a estrutura/separador Fierzo (na fotografia), de Richoz, está editado. Em 2013, passou também, em residência artística, pela “cidade cerâmica” Sèvres, e o resultado foi o esplendor indeciso de Nelumbo, um difusor de aromas que ora se mantém em delicado equilíbrio, sobre uma superfície, ora flutua, em águas tranquilas.
Em diferentes momentos, Richoz revela-nos, como ela própria assume, a matéria do imaterial, diverte-se a passar do plano plano à tridimensionalidade puxando um fio (como em Thalie produzido pela artecnica) e põe a cor a vibrar, como em Armand (também está aí em baixo).
Não espanta, por isso, que a designer, que se perde pelos objectos pequenos, se aventure também, e acerte, numa escala maior, como no candeeiro que desenvolveu para a Galerie Kreo.
Richoz não é uma jovem promessa. É uma realidade. E uma daquelas realidades raras, capazes de surpreender, ou superar, o próprio sonho. Que bom.
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