Um Braun bucólico.
Dieter Rams (?) no campo.
As coisas que se encontram por aí, numas puces em Óbidos de onde também trouxemos morangos biológicos, alguns livros e a lembrança de um gelado celestial (fabricado na terra, à moda italiana).
Levámo-lo para casa, limpámo-lo afectuosamente, por dentro e por fora, com um paninho suave e uma escova de dentes já gasta. Até nos esquecemos que lhe falta um bom pedaço de baquelite, lá em cima. Porque é lindo. E quando o ligamos à corrente, acendem-se duas velas mágicas no seu interior, cuja incandescência admiramos através dos buraquinhos.
Dá-nos música.
Para nós, é só um rádio. Melhor: uma telefonia. Na Braun, chama-se SK2 e aparentemente os primeiros modelos foram produzidos em 1959.
Nem interessa muito se foi mesmo Dieter Rams quem o desenhou, se apenas lhe deu uns toques, se foi obra de Herr Doktor Fritz Eichler.
É inquestionavelmente good design.
Daquele com quem gostamos de conviver. Entre outras coisas porque, como diz o outro, design is a state of mind.
Mesmo com a baquelite fracturada. Mesmo sem o protector do ponteiro. Mesmo que não emitisse qualquer som (e emite). Tem tudo o que faz falta e nada que não seja preciso.
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