Agora que acabo de cobrir o meu cabelo com uma valente camada de henna estou à vontade para dizer que os homens não só preferem as loiras. Preferem as burrinhas.
Não é da idade. Há muitos anos que cubro o meu cabelo com henna just for the fun. Claro que agora dá um jeitaço, tapam-se os brancos e evita-se aquela dependência estúpida do cabeleireiro e inoas (que não têm nada que ver com quinoas, que essas recomendam-se). Aos 20 anos, aos 40, pintar o cabelo com henna ainda é um statement. Um grito de independência e liberdade como os soutiens ao alto das feministas de Woodstock.
A parte das loiras está arrumada, portanto. Impossível imaginar-me noutra cor. Já a parte das burrinhas é mais complicada.
Não consigo. Sou fraca e c’est plus fort que moi.
Há uns meses, uma mulher experimentada avisou-me: “tens de parecer burrinha”. Assim, um neurónio solitário brilhando mesmo em cima do teu chakra da consciência, pensei. Assim, simples. KISS, KISS.
Keep It Simple and Stupid.
Resulta imenso. Acontece às melhores.
Mas tenho vários neurónios. Ligadíssimos por várias sinapses só minhas. A minha cabeça não para. E isso é impulse (eléctrico). É o meu fado. Um dos meus irreconciliáveis karmas. São muitos. Compósitos.
Posso fazer um esforço enorme para apagar a luz. Não consigo.
Penso na inocente felicidade dos batalhões de mulheres acéfalas. Loiras, ruivas ou morenas. Mas sobretudo, burrinhas.
Não sabem a sorte que têm.
Recatemos a luz.
(a foto de Loulou é do G. Segue as pisadas do pai, o cachopo)
It is so true! Mas as “realmente ” burrinhas nao tem o prazer de perceber isso! Let’s keep the lights on and maybe using it as a great tool:) why not???