Melville sabia tudo sobre baleias.
A sua obsessão foi um tesouro.
Foi a partir dela que escreveu mais de 600 páginas sobre um monstro marinho que poucos homens viram de perto.
A obsessão de Melville só é comparável à obsessão de Ahab.
Talvez porque sejam uma só: as duas pontas, redondas, da mesma barbatana.
Melville era obcecado por baleias, como podia ter sido obcecado por golfe, ou por bolas de pingue-pongue. Ele tinha um tema. E o ímpeto para o agarrar, o fôlego para o suster. A energia, a graça, e uma prosa fresca como espuma.
Em tudo havia poesia. E numa frase, o infinito:
“Na baleia o nariz seria uma impertinência”
(aí em cima está um trabalho do Júlio Dolbeth, feito em residência durante o festival Walk & Talk nos Açores. A única dificuldade que os desenhos do Júlio apresentam é que apetece escrever histórias sobre todos, ou então não escrever nada e ficar só embasbacada a olhar. A vida às vezes é mesmo dura.)
Eu sou uma baleia !
Antes baleia q sereia !
Viva o Melville !
E o João q o sabe de cor e a Babi q o descontroi e reconstrói!