(eu não tenho)
Em África, os dias começam mais cedo e assim muitas vezes às dez da manhã aquela miúda já tinha papado três pequenos-almoços completos, insulares e à inglesa, um em sua casa, outro em casa da avó, outro em casa dos tios, e assim, contente e de barriga cheia se encaminhava para casa dos padrinhos, umas ruas mais acima, onde a família em questão estava reunida à mesa ricamente disposta,
com café e pão e manteiga e compota de papaia e sumos variados e cuscuz, e ovos e carnes frias e por vezes bifes suculentos derramando sangue porque era assim que se fazia, era preciso substância para enfrentar aquele calor e aquela secura,
e atravessando o jardim e cruzando o alpendre todo à volta da casa ela espreitava pela porta e de dentro lhe diziam: “Teresinha, já tomaste o café da manhã?” e aí respondia, toda ela banhada numa inocência súbita e angelical, “N’ ka cumê”, porque apesar de ser filha de portugueses, Teresinha, a insaciável, era neta de africanos, gostava de dançar à chuva e só falava crioulo.
(na fotografia, a minha mãe, os meus tios e o meu avô em Cabo Verde, no final dos anos 50, digo eu, que não estive lá mas me lembro muito bem)
Juste pour dire que je ne comprends toujours pas tout, mais que je reprends avec grand plaisir la lecture à voix haute de tes textes. Que l’année soit douce !
Oh!!!! que c’est sweet Maya! Merci BEAUCOUP, je te souhaite une belle année aussi, on a tous besoin qu’elle soit douce, c’est vrai!