Ivano quer saber porque é que há tantas moscas à minha volta.
Depois de enxotar o embaraço (desde quando se vêem moscas no Zoom?) respondo que as moscas fazem parte da vida campestre. Já nem reparo nelas. Ou reparo, mas aceito.
Agora, rodeada de moscas, sou eu a fly on the wall.
No dia da entrevista estamos no princípio do Outono, o Sol ainda bem alto e bem quente. O meu escritório abre para o pátio, e no pátio há uma videira que começa a desmaiar. Também há uma nespereira. Também há duas laranjeiras (uma decorativa, outra amarga, ambas intragáveis excepto em versão compota) e um limoeiro rachado que apesar de tudo insiste em dar limões. Há um quintal, o domínio do meu cão, e ervas loucas a despontar por todo o lado, entre as pedras, nas escadas, rompendo paredes. E musgo nas zonas mais sombrias do muro.